Hoje li isto no Blogue da Catarina (tenho mesmo que actualizar os links do meu blogue... talvez amanhã...) e não pude evitar "postar" também aqui.
"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
(a propósito da perda de sua Mãe, a escritora e poetisa Sophia de Mello-Breyner)
Gosto especialmente de "Comigo caminham todos os mortos que amei".
É tão bonito e tão mais esperançoso. Tão verdade...
2 comentários:
É um texto muito bonito. Já o conhecia. Além dessa frase, gosto do remate: "Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
De qualquer forma, apesar de bonito e (de certeza) sentido, acho que é mentira. Não o facto de os mortos caminharem connosco, mas a perspectiva feliz (ou, pelo menos, tranquila) de não ter perdido nada. Desconfio. Por melhores memórias que o nosso coração guarde, nada substitui o poder tocar. O beijo, o afecto, a pele, o corpo. O amor físico e a realidade.
Também já conhecia e gosto especialmente do remate...
E há outra, que vem no livro Não te Deixarei Morrer, David Crockett, que para mim é genial: "Nisto eu acredito: na veemência das coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos."
Acho que é mais ou menos isto... Mais vale acreditar, não é? :)
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